Home Saúde Médico responsável pelo primeiro transplante de coração de porco em um humano faz conferência de abertura do Congresso DEIC 2022

Médico responsável pelo primeiro transplante de coração de porco em um humano faz conferência de abertura do Congresso DEIC 2022

Médico responsável pelo primeiro transplante de coração de porco em um humano faz conferência de abertura do Congresso DEIC 2022
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O médico que liderou o transplante cardíaco com o primeiro coração de porco geneticamente modificado, Dr. Muhammad Mohiuddin, estará presente, de forma virtual, no Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca – DEIC 2022, de 30 de junho a 2 de julho, no Expo Unimed Curitiba. Ele é o cirurgião diretor do Departamento de Xenotransplante do Centro Médico da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, onde ocorreu o experimento. A conferência híbrida, ou seja, que oferece opções de participação física e virtual, é promovida pelo Departamento de Insuficiência Cardiaca (DEIC), da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e traz os avanços mais recentes da cardiologia mundial. Mais informações e inscrições podem ser obtidas no site www.deic2022.com.br.

Diminuir o tempo de espera e a mortalidade entre pacientes na fila para transplante cardíaco é o que o xenotransplante de coração de porcos geneticamente modificados pode oferecer em breve, segundo o cardiologista Dr. Fernando Bacal, um dos médicos que mais faz transplantes do coração no Brasil. Dr. Bacal irá moderar a conferência do Dr. Muhammed Mohiuddin, palestra que abrirá oficialmente  o Congresso DEIC 2022, no dia 30, às 19h30: Heart Xenotransplant: a first step for a new hope? (em tradução livre Xenotransplante de Coração: o primeiro passo para uma nova esperança?). Para Dr. Bacal, sim, é uma nova esperança para brasileiros que sofrem de insuficiência cardíaca avançada, causada por cardiopatia isquêmica ou dilatada ou doença de Chagas, que não respondem ao tratamento medicamentoso e têm uma qualidade e uma expectativa de vida muito ruins. Hoje, aproximadamente 600 pessoas no Brasil aguardam um coração novo. “Um número grande morre esperando e há pacientes que teriam indicação potencial, mas não são encaminhados para o transplante”, conta Dr. Bacal. “Estamos fazendo por volta de 350 transplantes por ano, mas deveríamos estar fazendo 1.200 a 1.300.”

Em relação à qualidade e ao sucesso do transplante cardíaco no Brasil, Dr. Bacal declara que a taxa de sobrevida é muito boa, com risco de 10%, e vida média dos transplantados de quase quinze anos. “Mas acompanhamos pacientes transplantados há trinta anos que estão muito bem. É muito individual, depende se o paciente se cuida, se tem menos rejeição, se não tem complicações decorrentes do transplante”, afirma. Para ele, poucas intervenções em medicina são tão impactantes como o transplante na transformação da vida de um paciente que está esperando internado, com uma chance de 60, 70% de mortalidade no primeiro ano.

No experimento da Universidade de Maryland, ocorrido em janeiro deste ano, o paciente sobreviveu 50 dias ao transplante. Dr. Bacal acredita que a causa da morte provavelmente foi uma virose do porco que atacou o coração transplantado e o levou à falência. Ainda assim, foi considerado um sucesso.

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Dr. Bacal explica que os porcos têm órgãos de tamanho semelhante aos dos humanos, e os animais usados pela Medicina vêm sendo geneticamente modificados para que os órgãos a ser transplantados tenham mais compatibilidade com o sistema imunológico humano. Além de ter o DNA modificado, o animal que teve o coração retirado para o transplante realizado em Maryland foi criado em condições estéreis.

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