Câncer do fígado demanda diagnóstico precoce, explica médico oncologista da Unifesp

O câncer de fígado é um tumor muito agressivo e que pode levar à morte rapidamente. A enfermidade ocupa a terceira posição entre as que mais matam no mundo. O hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular é o tumor mais comum desse órgão e ocorre em mais de 80% dos casos.

O oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), da Uninove e da Faculdade de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal), ressalta a importância de medidas preventivas: “Tabagismo e álcool lideram a lista do que as pessoas devem eliminar na vida, mas é preciso incluir ainda cuidados com os vírus das hepatites B e C, nunca usar anabolizantes e manter o peso corporal”.

O pesquisador alerta para a aflatoxina, uma substância produzida por dois tipos de fungos encontrados em grãos e alguns vegetais como amendoim, milho e mandioca sem armazenamento adequado, que podem provocar a doença.

Sintomas e Tratamento

Segundo ele, no início, o câncer de fígado pode não apresentar sintomas: “Com a evolução do tumor, o paciente pode sentir dor do lado direito, ficar com pele e olhos amarelados, também conhecida como icterícia, falta de apetite, perda de peso e cansaço. Em alguns casos, o enfermo pode apresentar fezes esbranquiçadas, náuseas, vômitos, palidez e febre”.

Ramon de Mello esclarece que o tratamento desse tumor vem evoluindo ao longo das últimas décadas com a incorporação de procedimentos como imunoterapia, entre outros. “A definição do melhor tratamento varia de um paciente para outro e do estágio da doença. Inclusive, uma opção é o transplante”.

Maior glândula do corpo humano, o fígado tem muitas funções como produzir proteínas e a enzima para a digestão de gorduras – a bile -, armazenar glicose, filtrar micro-organismos transmissores de infecções, entre muitas outras. “Ele tem ainda uma grande capacidade de regeneração. Uma pessoa saudável pode, inclusive, doar até 30% do seu fígado para um paciente e o órgão vai se recompor completamente em pouco tempo”, explica o pesquisador da Unifesp.