Home Policial 83 toneladas de cigarros do crime apreendidos no MS serão destruídas em Foz do Iguaçu

83 toneladas de cigarros do crime apreendidos no MS serão destruídas em Foz do Iguaçu

83 toneladas de cigarros do crime apreendidos no MS serão destruídas em Foz do Iguaçu

esta quarta-feira, 29 de julho, uma força-tarefa coordenada pela Receita Federal, com apoio do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade, iniciou a destruição de 130.8 milhões de cigarros contrabandeados apreendidos no Mato Grosso do Sul. A carga, avaliada em R$ 32,7 milhões, foi transportada em 14 carretas até a Receita Federal de Foz do Iguaçu (PR), que conta com equipamento específico para a destruição de grandes quantidades de cigarros ilegais. A destruição total das 183 toneladas levará cerca de 15 dias. 

O objetivo é liberar espaço físico nos depósitos da Receita, para a intensificação das ações de repressão ao contrabando. “A sinergia conquistada com os acordos de cooperação firmados entre a Receita Federal e as entidades representativas dos setores econômicos trouxe enormes benefícios para a sociedade com a redução de custos relativos à destruição de mercadorias e com a eliminação de produtos de qualidade duvidosa e nocivos à saúde”, afirmou o auditor fiscal Paulo Bini, delegado da Alfândega de Foz do Iguaçu. Esta é a terceira ação de destruição de cigarros ilegais realizada em 2020 com o apoio do FNCP. No primeiro semestre, foram realizadas operações no Rio de Janeiro e no Maranhão. 

Edson Vismona, presidente do FNCP, explica que o combate ao contrabando de cigarros tem um forte impacto social. “O consumo do cigarro do crime financia a violência urbana, colocando em risco a vida da população e a economia do país. Apenas com esta operação, cerca de R$ 32,7 milhões de reais deixam de financiar o crime organizado especialmente no tráfico de drogas e armas.” Somente no primeiro semestre deste ano, a Receita de Mundo Novo apreendeu R$ 108,97 milhões em mercadorias ilegais, sendo que cerca de 90% desse valor – R$ 91,9 milhões – foram em cigarros do crime. No mesmo período em 2019, as apreensões totais somaram R$ 60,48 milhões, sendo R$ 55,87 milhões em cigarros. “Esse aumento expressivo nas apreensões se dá com o crescimento da fiscalização e a maior interação entre órgãos de segurança e a Receita Federal, executando trabalhos de modo conjunto”, afirmou Rodrigo Lara, auditor fiscal e chefe da equipe de Vigilância e Repressão da Alfândega de Mundo Novo. 

Pensando em conscientizar a população e informar sobre a gravidade do problema, as 14 carretas usadas para transportar a carga ilegal até Foz do Iguaçu levaram, estampadas em suas laterais, mensagens sobre os impactos do contrabando no Brasil. Uma delas apontava a quantidade de armas que o crime organizado consegue comprar com o lucro do cigarro contrabandeado. “O consumidor não pode ser indutor do financiamento do crime organizado comprando o produto ilegal. É importante saber que ao financiar o contrabando, ele perde em saúde, em educação e ainda colabora o crime organizado”, disse Vismona.  

Números do contrabando no MS 

Segundo levantamento do Ibope, 87% de todos os cigarros que circulam no Mato Grosso do Sul são contrabandeados. Apenas em 2019, o mercado ilegal de cigarros movimentou cerca de R$ 352 milhões no Estado. O levantamento também mostrou que das 10 marcas mais vendidas no Estado, quatro são contrabandeadas e juntas respondem por 84% do mercado. A campeã de vendas é a ilegal FOX que lidera com 69% de participação. Entre os municípios mais afetados pelo contrabando no Estado estão a capital sul-mato-grossense, Corumbá, Dourados, São Gabriel do Oeste, Coxim e Três Lagoas. 

Para se ter uma ideia, se todos os pontos de participação de mercado ilegal fossem convertidos em produto legal seriam gerados apenas em ICMS a arrecadação de R$ 187 milhões e de IPI proveniente do FPE (Fundo de Participação do Estado) cerca de R$ 18 milhões para os cofres estaduais para serem revertidos em saúde, segurança e educação, por exemplo.